Cuidado Integral em Saúde: Olhar o Ser Humano Como Um Todo
- Laura Bervian
- 15 de ago. de 2024
- 3 min de leitura
A saúde vai muito além da ausência de doenças. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), ela é definida como um estado completo de bem-estar físico, mental e social. Essa visão amplia o conceito de saúde, enfatizando a importância de cuidar do ser humano em sua totalidade, e do contexto onde está imerso. Mas o que significa praticar um cuidado integral em saúde?
Compreender o Ser Humano Como Um Todo
O cuidado integral propõe que, para realmente cuidar da saúde de alguém, é preciso enxergar a pessoa como um todo. Isso envolve considerar não apenas os sintomas e desequilíbrios do corpo físico, mas também os aspectos mentais, emocionais, sociais e espirituais. Cada um desses elementos está interligado, e o desequilíbrio em um deles pode afetar os outros.
Por exemplo, uma dor de cabeça recorrente pode não ser apenas um problema físico. Ela pode estar relacionada a questões de estresse ou ansiedade, ao ambiente de trabalho, à poluição ambiental... Portanto, para tratar a dor de cabeça de forma eficaz, é necessário buscar as possíveis raízes para os desequilíbrios. Entender a pessoa, o que essa experiência de adoecimento significa para ela, o seu contexto - e não apenas o sintoma ou a doença.
Além do Sintoma: Um Olhar Holístico
Muitas vezes os sintomas estão nos comunicando e sinalizando algum desequilíbrio. Eles são uma das formas que nosso corpo tem para se comunicar com a gente. Apenas "silenciar" o sintoma pode ser equivalente a desligar o alarme de incêndio - possivelmente ele está apitando por uma razão importante.
No cuidado integral, é essencial ir além do sintoma. Isso pode incluir o entendimento do ambiente em que se vive, estilo de vida, histórico pessoal e familiar, questões emocionais, objetivos pessoais e valores... Esses fatores muitas vezes desempenham um papel crucial na saúde e no bem-estar do indivíduo.
Por exemplo, um paciente que busca ajuda para insônia pode estar lidando com questões emocionais, vivendo em um ambiente que não favorece o descanso, ou com uma rotina de sono desregulada. Um tratamento que considera apenas a prescrição de medicamentos pode não ser suficiente. Complementar a isso, uma abordagem integral poderia envolver mudanças no ambiente, desenvolvimento de ferramentas para suporte e regulação emocional e a promoção e facilitação de hábitos de vida mais alinhados com os objetivos, sempre entendendo os obstáculos e as potencialidades do indivíduo.
Construindo um Estado de Saúde e Bem-Estar
Ao considerar os aspectos que influenciam a vida de uma pessoa de uma forma mais ampla, um cuidado mais eficaz e personalizado pode ser construído, ajudando a pessoa não apenas a tratar doenças, mas a viver de forma mais plena e saudável. Podendo aliar sim, quando indicado, a prescrição de medicamentos, suplementos e plantas medicinais - mas com a intenção de ir além. Na minha visão, a construção desse plano é feita sempre de forma conjunta e colaborativa, sem imposições.
Percebo também que ao nos entendermos como conectados com o meio, vários dos problemas de saúde individuais nos mostram ser não tão individuais e isolados assim. Algumas mudanças coletivas, políticas e estruturais podem ser bem-vindas para atingir esse norte da saúde e bem-estar completo.
É hora de repensar como enxergamos a saúde e de adotar práticas que promovam o bem-estar em todas as suas dimensões. Afinal, cuidar da saúde é cuidar de todo o ser humano, cuidar do ambiente onde todos vivemos, olhando para dentro e para fora com atenção e acolhimento, e buscando compreender nossas complexidades e interconectividades.
Me conta, essa abordagem faz sentido para você? Adoraria saber sua opinião! Dra Laura Bervian - Medicina Integrativa
CRMSC 30368
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